Quando vejo enterrar atrás dos morros
Do ocaso a fria luz, e as densas sombras
Se vão sobre as campinas derramando,
Lembro-me de meus pais,
E dos pais de meus pais.
Ouço o sussurro das secretas águas
No ventre da montanha sepultadas,
Ignoto sangue que me corre as veias
Cuja fonte não sei,
E jamais saberei.
O túmulo abre os áditos do Tempo,
Estreito corredor onde marchamos
Levando adiante o luminoso Círio —
Pesarosa missão,
E sagrada missão.
Breve será a noite, breve o dia
Quando verei abrir-me a negra terra,
E serei o campo, os morros e as nascentes.
Espero o amanhecer,
E com eles nascer.